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Boca de Cena entrevista...Tânia Nardini

Boca de Cena entrevista...Tânia Nardini

Boca de Cena - Tânia, nos conte um pouco sobre a responsabilidade pela direção de todas as montagens internacionais do clássico "Chicago, the Musical" e quais são as peculiaridades da montagem brasileira.
Tânia Nardini - Ser responsável pelas montagens de 'Chicago, the Musical' é uma honra e um prazer. Afinal é o espetáculo americano que está em cartaz há mais tempo na Broadway, 23 anos de estória; e traduzir está "marca" para outras línguas e culturas é uma grande responsabilidade e um grande desafio. A montagem brasileira não será diferente; mais um desafio, pra mim desta vez na minha língua.  

BC - Você já esteve à frente de grandes espetáculos, como "Priscilla - A Rainha do Deserto"; "Nuvem de Lágrimas"; "O Rei e Eu" e "West Side Story".  Quais os desafios de dirigir musicais tão expressivos?
TN - Com exceção de "Nuvem de Lagrimas" que foi um musical brasileiro original, todos este outros que você citou são "clássicos";  todo mundo ou já viu o filme ou já ouviu a trilha ou pelo menos já ouviu falar, então a expectativa de uma nova montagem é sempre maior. Assim como o prazer de ver o público reagindo positivamente a uma nova leitura daquilo que a princípio já era conhecido. Quanto ao "Nuvem de Lagrimas", ele fica em outra categoria de espetáculos que tive o prazer de trabalhar como por exemplo "Cambaio", "A Máquina", "Nelson Goncalves, o Amor e o Tempo"; todos totalmente idealizados, criados e realizados por brasileiros. Um desafio diferente, mas ainda assim um desafio.      

BC - Chicago estreou na Broadway em 1975, seguindo em cartaz até os dias de hoje, sendo o musical americano a mais tempo em cartaz na Broadway. A que você credita tantos anos de sucesso?
TN - Tudo no Chicago contribui para a longevidade; a música linda de Kander and Ebb, a coreografia deslumbrante de Ann Reinking (no estilo de Bob Fosse), a encenação precisa de Walter Bobbie, além da belíssima iluminação, do cenário impecável e surpreendente e dos figurinos de uma sensualidade sem igual, tudo está total e completamente a serviço da estória magistralmente escrita por Fred Ebb e Bob Fosse (baseado no livro de Maurine Dallas Watkins). Tem um diferencial de outros grandes musicais que é a objetividade da produção. Não tem troca de cenários, nem de figurinos; não tem "truques", é um espetáculo baseado no talento e no trabalho dos artistas (atores/ bailarinos/ cantores e músicos) que estão em cena o tempo todo. Acima de tudo, o tema é totalmente relevante até hoje, apesar de ser baseado em fatos reais dos anos 20.

BC - Chicago estreia em São Paulo apenas no segundo semestre de 2020. O que podemos esperar da versão brasileira? Quais são suas expectativas?
TN - Estou muito feliz e ansiosa com esta montagem no Brasil. Em 2004 quando foi feito aqui pela primeira vez eu era a diretora residente e foi quando aprendi o espetáculo, agora 16 anos depois, já durante as audições, consegui ver o quanto nos brasileiros evoluímos artística e tecnicamente, fiquei muito orgulhosa de ver artistas completos e plenos, foi uma tarefa difícil fechar este elenco, porque tivemos muitas ótimas opções para todos os papeis. E eu, 24 montagens internacionais depois, em pelo menos 9 línguas diferentes, vou ter o prazer e a honra de fazer este espetáculo na minha língua. Como disse, estou muito feliz e ansiosa.  

BC - Você acredita que deveríamos investir ainda mais em grandes musicais?
TN - Acredito, como sempre acreditei, que o mundo deve sempre investir mais em Arte!

BC - O que você acha que poderia ser feito para incentivar que mais pessoas passem a frequentar os teatros no Brasil?
TN - Não tenho muita informação técnica em como está a "frequência"  do público nos teatros brasileiros, mas vejo muitas e muitas produções acontecendo, cada vez mais, acredito que o caminho de ter espetáculos de qualidade é o maior incentivo para criar novas plateias  

BC - Quais são os outros projetos que poderemos te encontrar novamente ao longo de 2020?
TN - Estou voltando da estreia de mais um Chicago, desta vez nos Estados Unidos, com a cia que vai fazer turnê pela América do Norte até 2021. Volto ao México em abril para ensaiar algumas substituições no elenco de lá. Vou a Seoul para audições para nova montagem prevista para 2021, e depois da estreia de Chicago, o Musical em São Paulo, vou ao Rio começar um novo projeto onde vou dirigir minha irmã.    

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